sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Novo Século Americano



http://www.plantandoconsciencia.org/nuovo.htm

"Il Nuovo Secolo Americano" (2007 - Itália).
Dirigido por Massimo Mazzuco.
Site oficial: http://www.buenaondafilms.com/events/TNAC.html

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"Saiba"

Em homenagem à Camila Valença, minha amiga maravilhosa com quem peguei MUITAS caronas e conheci essa música de Arnaldo Antunes anos atrás.....



http://www.youtube.com/watch?v=6lT_n2SyYV8&feature=related

"Palavra Encantada"


http://www.youtube.com/watch?v=Qh5DpDTI6K4

Adriana Calcanhoto



http://www.youtube.com/watch?v=FfrSvcr85Ik

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pata Pata by Miriam Makeba

http://www.youtube.com/watch?v=e-VrfadKbco&feature=related

triste, mas existe.... by Lydia Davis

"A mãe", de Lydia Davis


A menina escreveu um conto. "Mas seria muito melhor se você escrevesse um romance", disse a mãe.
A menina construiu uma casinha de boneca. "Seria muito melhor se fosse uma casa de verdade", disse a mãe.
A menina fez um pequeno travesseiro para o pai. "Seria mais útil se fosse uma colcha", disse a mãe.
A menina cavou um buraco no jardim. "Seria muito melhor se tivesse cavado um buraco grande", disse a mãe.
A menina cavou um buraco grande e foi dormir dentro dele. "Seria muito melhor se você dormisse para sempre", disse a mãe.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A arte de Amar - Ovídio



" Não te mostres fácil demais aos pedidos de um suspirante, mas não rejeites duramente o seu desejo.
Age de modo que ele tema e espere a um só tempo, e que a cada resposta, a sua esperança seja mais bem assegurada e o seu temor menos forte.
Os termos que as mulheres empregam devem ser elegantes, porém de uso corrente e sem ornamentos; nada agrada mais do que o tom comum da conversa.''
Ovídio, A Arte de amar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Tentando Aprender"

Outra by Lydia Davis (ainda não traduzida para o português e divulgada pela revista Piauí)



"Estou tentando aprender que esse homem que brinca comigo é o mesmo homem sério que fala comigo sobre dinheiro e com tanta seriedade que nem parece mais que está me vendo, e também o homem paciente que me dá conselhos em momentos difíceis, e o homem zangado que bate a porta com força quando sai de casa.


Muitas vezes desejei que o homem brincalhão fosse mais sério, que o home sério fosse menos sério e que o homem paciente fosse mais brincalhão. Quanto ao homem zangado, ele é um estranho para mim e não sinto que seja errado ter ódio dele.


Agora estou aprendendo que, se digo palavras ásperas para o homem zangado quando ele sai de casa, estou ao mesmo tempo magoando os outros, aqueles que não quero magoar: o homem brincalhão que me caçoa, o homem sério que fala sobre dinheiro e o homem paciente que me dá conselhos.


No entanto, eu olho para o homem paciente, por exemplo, a quem quero acima de tudo proteger de palavras ásperas como as minhas e, embora eu me diga que é o mesmo homem que os outros, só consigo acreditar que falei aquelas palavras não para ele, mas sim para um outro, meu inimigo, que merecia toda minha raiva."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Cabeça, Coração"


"Coração chora.
Cabeça tenta ajudar coração.

Cabeça explica mais uma vez ao coração como são as coisas:

Você vai perder todas as pessoas que ama. Todas elas irão embora. Mas até a terra irá embora, um dia.

Então coração se sente melhor.
Mas as palavras da cabeça não duram muito nos ouvidos do coração.

Coração é muito novo nessa história.

Quero ter eles de volta, diz coração.
Cabeça é tudo o que coração possui.

Socorro, cabeça. Socorra o coração."

Lydia Davis

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Homem-peixe: Petra Chocova

Petra Chocova, da República Checa, participa de prova no Campeonato Europeu de Natação em Budapeste, Hungria

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Adoniran Barbosa



Artigo da Revista Piauí (edição de julho/2010):

by Zé Pedro

"Adoniran Barbosa foi o personagem mais famoso criado por João Rubinato. E foi munido da liberdade ficcional que o ator, compositor e humorista construiu os exageros caricaturais que o celebrizaram. Misturou o sotaque do interior aos trejeitos italianos. Encarou a cidade grande com os olhos de um caipira. Criou um linguajar novo a partir de suas letras. João Rubinato fez de Adoniran Barbosa o inventor do samba paulista.

Somado ao intérprete criativo, havia um compositor de mão-cheia. Suas crônicas urbanas ganhavam personalidade e relevância, embaladas por uma irresistível cadência. São dele clássicos atemporais como Trem das onze, Saudosa maloca, Samba do Arnesto, As maripo-
sas e Tiro ao Álvaro, sambas que fizeram sucesso na sua voz, na dos Demônios da Garoa e na de João Gilberto, entre tantos outros intérpretes que cantaram o seu repertório.

Festeja-se aqui, com trenzinho, tatu e estricnina, o primeiro centenário de nascimento do homem que, ao lado de Paulo Vanzolini, desmentiu Vinicius de Moraes. Desde que se meteu a compor, ninguém mais pode dizer que São Paulo é "o túmulo do samba" - como queria o poetinha -, sem cometer injustiça."

fonte: http://www.revistapiaui.com.br/edicao_46/artigo_1359/Adoniran_Barbosa_o_homem_que_desmentiu_Vinicius.aspx

Nefelomancia


Não sabia que a revista Piauí mantinha na web os artigos mesmo para "não assinantes".
Quando descobri que sim, que divulgam a info pela web (isso aconteceu hoje), não pude resistir em postar um artigo da edição de julho que me encantou:



Para ler o artigo:
http://www.revistapiaui.com.br/edicao_46/artigo_1361/Nuvens.aspx


Divirta-se!

Tête-à-Tête: Olga Kosakiewicz

"Um dia, após um teste em sala de aula, Olga caiu em prantos. Estava ficando óbvio que a moça era muito tímida, sem confiança nas próprias habilidades. Beauvoir sugeriu que se encontrassem na Brasserie Victor no domingo seguinte. Conversaram muito. Olga era inteligente e articulada, mas parecia bastante perplexa e perdida na vida. Beauvoir teve certeza de que poderia ajudá-la.

Ajudou, e Olga acabou saindo-se bem no bacharelado, particularmente em filosofia. Antes que se separassem nas férias de verão, as duas passaram muitas noites juntas, jogando xadrez e tênis de mesa, fazendo caminhadas, frequentando cafés e ouvindo música. Olga não sabia o que queria fazer da vida. Adorava ler, e manejava a língua com facilidade. Beauvoir lhe emprestava livros (Stendhal, Proust e Baudelaire) e encorajava-a a escrever. Olga começou alguns poemas em prosa.

No verão de 1934, Olga voltou para casa da família em Laigle, uma pequena cidade na Normandia, enquanto Beauvoir passou as férias na Alemanha, depois em Creta, com Sartre. Em sua primeira carta para ela, Beauvoir pedia a Olga que não mais a chamasse de "Mademoiselle". "Você já tem muita intimidade comigo para esta palavra continuar sendo adequada." Acrescentou: "Estou profundamente ligada a você, mas não sabia até que ponto até você partir. Sinto sua falta, quase dolorosamente. Não só você é uma das pessoas mais admiráveis que conheço, mas também é uma dessas pessoas que enriquecem a existência de quem a cerca, e que deixam um grande vazio atrás delas." Beauvoir escreveu várias vezes a Olga naquele verão, encorajando-a a aproveitar sua nova independência. ("Pode ser maravilhoso, algumas noites, estar num café de província, uma mulher sozinha, comendo ovos estrelados e ouvindo música ruim. Um dia, você conhecerá esses prazeres. Estou impaciente para que os experimente.") Olga começava a escrever a Beauvoir, depois rasgava as cartas.

"Por que rasgar cartas?", perguntou Beauvoir em agosto. "Quero que saiba que não há uma de suas expressões faciais, um de seus sentimentos e um incidente de sua vida com que eu não me importe. Pode estar certa de que, quando você se senta para comer, há alguém que estaria interessadíssimo em saber que tipo de sopa está comendo. Naturalmente, esse alguém adoraria receber cartas longas e detalhadas. "

By Laura Ballés

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tête-à-Tête: Contrato baseado "na verdade, não na paixão"


"Collete Audry era colega de Beauvoir no Lyceé Jeanne d'Arc em Rouen. Nizan a conhecia de rodas comunistas, e falara carinhosamente dela com Beauvoir. A princípio, Audry não simpatizou com a parisiense animada que foi a ela na sala dos professores e se apresentou. Achou Beauvoir muito burguesa a não ser pela fala acelerada, que não era nada burguesa. Beauvoir passou semanas intimidada com aquela jovem segura que circulava de chapéu de feltro, calças sob medida e casaco de couro, e parecia sempre estar a caminho de uma reunião política. Audry era uma trotskista engajada: Beauvoir não sabia nada de política. Audry decorara seu apartamento com carinho. Beauvoir basicamente acampava em seu quarto do Hotel La Rochefoucauld. Mas em pouco tempo, as duas já estavam almoçando regularmente na Brasserie Paul, e arrematando com uma partida de bilhar russo nos fundos, entre os homens, antes de saírem para preparar as aulas do dia seguinte.

Como mais tarde disse Audry, ela gostava da companhia de Beauvoir, de sua alegria e da ferocidade com que amava ou desprezava as pessoas. Parecia a Audry que a coragem e a determinação de Beauvoir não tinham limites. Beauvoir jogara fora um romance e embarcara bravamente em outro. Audry não tinha dúvidas de que sua amiga um dia seria uma autora publicada.

Quando Sartre ia a Rouen, às vezes saíam os três. "Logo nós três estávamos trocando ideias tão depressa que às vezes eu ficava com a cabeça rodando", lembra Audry. Beauvoir explicara que ela e Sartre tinham um contrato baseado "na verdade, não na paixão", mas Audry via a ternura entre eles, bem como as centelhas intelectuais. "A relação deles era um tipo novo, e eu nunca vira nada parecido. Não posso descrever o que era estar presente quando aqueles dois estavam juntos. Era tão intenso que às vezes deixava quem via triste por não ter aquilo". "

(pag 71)

Tête-à-Tête: Soft Backbag....

"Os alunos de Sartre no Lyceé François I no Havre nunca haviam conhecido alguém como Sartre. Estavam fascinados por aquele homem miúdo e redondo que aparecia na escola vestido com um paletó velho de tweed - sem gravata -, sentava-se na mesa, as pernas balançando no ar, e lançava ideias, sem jamais olhar para qualquer nota, como se estivesse conversando com amigos. Não era como os outros adultos. Levava ideias muito a sério, mas não levava nem um pouco a sério sua posição de autoridade. Nunca falhava com os alunos e quase nunca lhes dava nota abaixo da média. Até deixava que fumassem em sala de aula.

Não tinha esnobismo nenhum, e parecia não haver assunto que não lhe interessasse. Era da opinião de que tudo dizia alguma coisa sobre a civilização contemporânea. "Vão bastante ao cinema", dizia-lhes. Sua voz era metálica mas clara, com uma projeção maravilhosa, e, de certa forma, bastante mesmerizante. Era um imitador brilhante, e tão engraçado e criativo que conseguia fazer rir até nas aulas de filosofia.

Sartre parecia não ligar muito para as coisas que os outros adultos ligavam. Aqueles alunos que chegaram a ver seu quarto de hotel ficaram chocados com sua austeridade espartana. Ele lhes contava que não possuía muita coisa e não se interessava por aquisições materiais. Tinha hábitos de trabalho muito regulares, mas orgulhava-se de conseguir trabalhar em qualquer lugar - num trem, embaixo de uma árvore, em cafés barulhentos. "

"Invenção da cor" (1977), de Hélio Oiticica