domingo, 4 de julho de 2010

Tête-à-Tête: momento "momper" de Simone...

"Em geral, presume-se que foi Jean-Paul Sartre quem transformou Simone de Beauvoir de uma filha obediente da burguesia francesa na livre-pensadora independente que fez mais do que qualquer mulher na França do século XX para sacudir aquela burguesia. Não foi assim. Sartre meramente estimulou Beauvoir a seguir o rumo que ela já tomara.
(...)
Beauvoir também mantinha um diário, e aqueles cadernos quadriculados preenchidos com sua letra quase ilegível revelam uma jovem que já estava disposta a se expor bastante muito antes de conhecer Sartre. Aos 15 anos - a mesma idade em que tomou a decisão de tornar-se escritora - já se dera conta de que não acreditava mais em Deus. Durante muito tempo, não contou a ninguém. Quando confessou seu segredo tenebroso, aos 19 anos, houve um grande rompimento entre ela e a mãe.
Nessa idade Simone de Beauvoir era adepta da "sinceridade consigo mesmo" e do compromisso de "chamar uma pá de pá". Já questionava a base ética do casamento. "Para mim, uma escolha nunca é final: está sempre sendo feita (...) O horror da escolha definitiva é que envolve não só o eu de hoje, mas também o de amanhã, razão pela qual fundamentalmente o casamento é imoral."

Aos 20 anos, Simone de Beauvoir escolhera um caminho que, percebia cada vez mais, a conduziria à solidão. "Não consigo me livrar dessa ideia de que sou sozinha, estou num mundo à parte, assistindo ao outro como a um espetáculo", escreveu no diário."

2 comentários:

  1. ah,que coisa boa que a Simone tb é do MOMPER!!
    Celebremos as impermanências...
    beijo,Coquine!!!

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  2. total... nesse trecho em que Simone diz que não é deste mundo.. não consegui colocar outro título senão: MOMPER!! risos

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