domingo, 4 de julho de 2010

Tête-à-Tête: apresentando cinema de caubói....


"Beauvoir nunca imaginara que uma inteligência feroz pudesse acompanhar tamanho senso de humor.
(...)
Ela entrou numa discussão acirrada com Sartre, e viu que estava debatendo com ele só pelo prazer da discussão.
(...)


Não era uma atmosfera romântica Os exames orais tinham a fama de ser desgastantes ao extremo. Envolviam quatro testes distintos diante de uma banca composta por seis homens. O mais difícil era la grande leçon, em que os candidatos sorteavam um ponto de dentro de um chapéu e tinham dinco horas na biblioteca de Sorbonne para preparar uma aula para o terceiro grau. Além disso, havia três análises de textos em grego e latim que os alunos tinham uma hora para preparar. Os exames orais eram acontecimentos públicos. Os melhores alunos, como Sartre e Beauvoir, tinham uma grande platéia.


Durante aquelas duas semanas, enquanto se preparavam para os exames orais, Sartre e Beauvoir praticamente só se separavam para dormir. Iam juntos assistir aos exames dos amigos. Entre uma sessão e outra, continuavam se preparando - às vezes com Nizan, em seu estúdio na rue Vavin, sob seu grande cartaz de Lenin. Mas, em geral, preferiam ficar juntos a sós.


Conversavam em bares e cafés cujo acesso sempre fora proibido para Beauvoir Ela até então só fora ao cinema para assistir a filmes de arte sérios. Sartre agora a levava a filmes de caubói. Passeavam nos Jardins de Luxemburgo e passavam pelas bancas de livros usados às margens do Sena, onde Sartre comprou-lhe alguns dos romances históricos de capa-espada que adorara na adolescência. "Ele se interessava por tudo e nunca tomava nada como certo." Beauvoir mais tarde escreveu: "Quão acanhado parecia meu mundo ao lado desse universo de uma abundância exuberante". "

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