domingo, 11 de julho de 2010

Tête-à-Tête: Ciúme

"Se os amigos de Sartre faziam Beauvoir sentir-lhe ingênua e sem jeito, foi a amante anterior de Sartre, Simone Jollivet, a antiga cortesã, que abalou sua autoconfiança de modo mais doloroso. Jollivet parecia capaz de tudo.
(...)
Sartre não gostava de ciúme. Achava importante que as pessoas controlassem suas paixões, sem se deixar dominar por elas. Do contrário, estavam negando sua liberdade, dizia a Beauvoir, sendo reativas e não ativas.
Anos mais tarde, Sartre disse numa entrevista que Simone Jollivet foi 'seu primeiro caso sério', e que, com ela, experimentara a emoção "mais desagradável que jamais dominara e que, acredito, quase sempre é descrita como ciúme".
Pedira-lhe que parasse de dormir com outros homens. "Você é meu dono?", retrucava Jollivet. "Devo ficar aqui sentada esperando você aparecer? Está preparado para abandonar L'Ecole Normale?".
"Fiquei andando de um lado para outro em seu quarto luxuoso e perfumadíssimo", recordou Sartre. "Ela estava certa, claro, e eu sabia. Cheguei à conclusão que ciúme é possessividade. Portanto, decidi nunca mais ser ciumento."."

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