sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tête-à-tête: Ahhh... o AMOR!


"Ela passeava por campos e castanhais, sorvendo a fragância do feno recém-ceifado e da madressilva, sentindo-se apaixonadamente feliz. No segundo dia, chegou uma carta de Sartre, Beauvoir registrou no diário que sentia falta da presença dele. Tinha muitas coisas que gostaria de lhe contar. Mas não estava apaixonada. "Eu preciso de Sartre e amo Maheu. Amo Sartre pelo que ele me traz e Maheu pelo que ele é".
(...)
"Minha admiração e minha fé em Jean-Paul são absolutas, e minha ternura por meu querido Leprechaun não tem reservas", escreveu no diário.
(...)
Sartre foi embora em 1º de setembro, e Beauvoir registrou suas ideias e suas memórias desses "dias perfeitos". Ele a chamara de "meu doce amor". Dissera-lhe que a amava, e garantiu-lhe que sempre a amaria. Disse que tinha medo de magoá-la. "Você não sabe quão terna sua expressão pode ser, menininha querida."
"Esta era a 'vida' que eu estava esperando", diz. Pela primeira vez, conhecera um homem que considerava superior a ela. Sentia-se compreendida por ele, amada e apoiada. Sartre ajudá-la-ia a ser uma valquíria forte e alegre. Seu amor era cheio de promessas, cheio de certeza. Com ele, ela sentia uma harmonia bem extraordinária. (...) Havia algo incrivelmente vital naquele homem. Ele fazia com que ela quisesse se descobrir: fazia com que quisesse descobrir o mundo. Com ele, ela sabia que nunca estagnaria.
Não era uma "paixão avassaladora", diz no diário. Ainda não. Não era comparável à 'loucura' e 'obsessão' que já sentira por Jacques. "Mas é felicidade." O mais empolgante era o sentimento de que através de Sartre ela se descobrira. "Jamais gostei tanto de ler e pensar. Jamais estive tão viva e feliz, ou previ um futuro tão rico. Ah, Jean-Paul, querido Jean-Paul, obrigada."."

Um comentário:

  1. avassalador X construido... ah...questionamento de simones,coquines,izas,marias todas...
    beijo!

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